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O 8 DE JANEIRO E O NOVO GOVERNO DE ILHÉUS

por Diário de Ilhéus
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Julio Gomes

Ao contrário do que fez e tristemente ainda faz boa parte da direita radical e bolsonarista, não ficarei torcendo para que aqueles que ganharam a eleição governem mal. Não torcerei para dar errado, não desejarei o mal para nenhum integrante do novo governo. Não terei expressões de ódio nem de menosprezo, mas sim de respeito.

Grande parte do Brasil fez ontem uma reflexão sobre o significado do que ocorreu em 08 de janeiro de 2023, quando centenas de pessoas invadiram, depredaram e tentaram um golpe de Estado logo após a posse do Presidente Lula, ocorrida em 1º de janeiro daquele ano. E digo grande parte e não todos, porque há aqueles que se tornaram absolutamente incapazes de fazer qualquer reflexão racional, com base em fatos, e que jamais fizeram a autocrítica que em outros tempos tanto cobraram das demais pessoas.

Em todo o país a data é lembrada sobretudo para que extremistas não tentem novamente golpear nossa democracia por meio do uso de violência, de invasões, de criminoso vandalismo em afronta à soberania popular e às nossas leis.

Penso que nesta data seja importante fazer um paralelo entre o que aconteceu no Brasil e o que vivemos hoje em Ilhéus.

Todos que me conhecem sabem que votei para prefeito na candidata que ficou em segundo lugar na corrida eleitoral, obtendo 38.928 votos contra 41.567 votos recebidos pelo vencedor. Fico a imaginar como seria se nós, da esquerda, que perdemos as eleições em Ilhéus, tivéssemos ido, ontem, invadir a sede da Prefeitura e a Câmara de Vereadores para quebrar tudo, como fez a direita golpista em Brasília há dois anos.

O que a polícia e o Poder Judiciário deveriam fazer conosco se fizéssemos isso? A resposta é tão óbvia que deixo por conta de cada leitor.

Faço essa reflexão para ressaltar o quanto é fundamental e imprescindível respeitar o resultado das urnas, e também para ir adiante em nossas reflexões.

Vemos hoje em Ilhéus um governo que se inicia e que acredito sinceramente que tenha vontade de trabalhar na pessoa do gestor e dos secretários já nomeados.

Ao contrário do que fez e tristemente ainda faz boa parte da direita radical e bolsonarista, não ficarei torcendo para que aqueles que ganharam a eleição governem mal. Não torcerei para dar errado, não desejarei o mal para nenhum integrante do novo governo. Não terei expressões de ódio nem de menosprezo, mas sim de respeito.

Também não ficarei buscando em sites, blogs ou em grupos de WhatsApp de oposição notícias contrárias ao novo governo, alimentando a desesperança, o rancor e o ressentimento, muitas vezes com base em mentiras, em fake news.

Nada disso! Torcerei sinceramente para que a gestão municipal que ora se inicia trabalhe, acerte, cuide da cidade e da área rural, para que realize um bom governo. Farei isso porque não vou torcer contra a população de minha cidade, embora muitos ainda torçam contra o povo brasileiro.

É preciso colocar na política um sentimento de amor ao próximo, de solidariedade ou, se não formos capazes disso, ao menos uma atitude de respeito.

Por isso, além de lembrar que tentativa de golpe de Estado é crime, é preciso ir além e contrapor ao ódio o sentimento de amor ao próximo que consiste em desejar que se faça o bem, que se caminhe na direção do bem, e que se queira o bem das pessoas mesmo quando são nossos adversários políticos, desejando que acertem em seu trabalho e que suas ações sejam benéficas para todos, sem exceções.

Chega de ódio. Que o amor vença em todas as instâncias da vida!

Julio Cezar de Oliveira Gomes é graduado em História e em Direito pela Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc).

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